Nova pesquisa revela que 65% dos homens sofrem de transtornos de ansiedade; situação financeira preocupa parcela da população em todas as regiões.
O Brasil é conhecido por ser um dos países com altos índices de ansiedade, chegando a ocupar o primeiro lugar no ranking mundial no ano passado, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mesmo assim, muitas pessoas no país ainda não procuram ajuda para lidar com a ansiedade.
Além disso, a preocupação constante e o nervosismo são sintomas frequentes em meio à sociedade brasileira, refletindo a tensão vivenciada diariamente. É essencial promover o diálogo sobre a importância de cuidar da saúde mental e buscar apoio profissional para lidar com a ansiedade e outros desafios emocionais. parcela do 13º
Preocupações com a saúde mental da população e a falta de suporte para transtornos de ansiedade
De acordo com a segunda edição do ‘Panorama da Saúde Mental’, conduzido pelo Instituto Cactus e AtlasIntel, uma parcela significativa da população brasileira, cerca de 56%, admitiu nunca ter buscado suporte profissional para lidar com transtornos de ansiedade. Esse número aumenta para 65% quando se trata de homens. Os dados foram coletados no segundo semestre do ano passado através de um questionário on-line respondido por 3.266 pessoas com mais de 16 anos de diferentes regiões do país.
No questionário, os participantes foram questionados sobre seus sentimentos e pensamentos, incluindo preocupações, nervosismo, tensão e outros sintomas associados à ansiedade. Uma escala de frequência foi utilizada para avaliar o impacto desses eventos na rotina dos entrevistados. Os resultados revelaram que a ansiedade é um problema generalizado, com 73% dos entrevistados expressando preocupações diversas, sendo que 30% afirmaram se preocupar quase diariamente.
Além disso, 68% dos participantes relataram sentir-se nervosos, ansiosos ou tensos, enquanto 64% mencionaram dificuldade para relaxar, com cerca de um quarto deles experimentando esses sintomas quase diariamente. Esses dados destacam a urgência de abordar a questão da ansiedade e seus efeitos na saúde mental da população brasileira.
Maria Fernanda Resende Quartiero, diretora-presidente do Instituto Cactus, ressaltou a importância de fornecer suporte adequado para transtornos de ansiedade, especialmente considerando que 82% dos entrevistados apontaram a situação financeira como sua principal preocupação. Essa preocupação tem impacto direto no sono, com 56% das pessoas relatando dificuldades para dormir devido a preocupações financeiras.
O estudo também introduziu o Índice Contínuo de Avaliação da Saúde Mental (ICASM), que avalia o estado geral da saúde mental da população brasileira. Com uma pontuação de 640 em uma escala de 0 a 1.000, o ICASM reflete a confiança, vitalidade e foco da população em relação à saúde mental.
Diante desses dados alarmantes, é crucial que haja um aumento no acesso a suporte especializado para transtornos de ansiedade. Apesar de 55,8% dos brasileiros nunca terem procurado ajuda para lidar com a ansiedade, é fundamental que tanto homens quanto mulheres reconheçam a importância de cuidar da saúde mental e buscar assistência quando necessário.
Julio Peres, psicólogo clínico e neurocientista, ressalta a importância de combater o estigma em torno dos transtornos mentais e encorajar mais homens a procurarem ajuda, destacando que as convenções sociais podem influenciar negativamente a busca por suporte. A conscientização e a disponibilidade de recursos adequados são essenciais para garantir o bem-estar mental de toda a população.
Fonte: @ Veja Abril
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