Itaú BBA e Goldman Sachs valorizam sinergia e portfólios complementares da Hypera, apesar de remédios do Cade, valor menor e baixa valorização no mercado.
Com a proposta da EMS para adquirir a Hypera, o mercado indestrutível da indústria farmacêutica ganhou uma boa dose de movimentação no início desta semana. A oferta que pode chegar a R$ 3,8 bilhões pode criar uma gigante do setor, com um market share de cerca de 20%.
A combinação das duas empresas pode triplicar o faturamento de ações no setor, tornando a EMS o líder no mercado. A empresa já é um dos principais players do setor, e a aquisição da Hypera pode fortalecer sua posição como a maior empresa do segmento. A EMS já demonstrou sua capacidade de liderar no mercado, e a aquisição da Hypera pode ser o novo capítulo da empresa. Além disso, a combinação das duas empresas pode combinar suas forças e fortalecer sua posição no mercado, tornando a EMS a empresa líder no setor.
Proposta de M&A e Otimização de Capital de Giro: Impacto no Mercado
Antes da proposta de M&A pela EMS, a Hypera havia divulgado um processo de otimização do seu capital de giro, reduzindo prazos de pagamento concedidos aos clientes, o que gerou reação negativa do mercado. Além disso, o grupo descontinuou seu guidance para 2024.
Com a oferta da EMS no cenário, surgiram projeções de analistas sobre os reflexos da união dos dois grupos. O Itaú BBA ressaltou a complementaridade e as sinergias prováveis entre a dupla. O acordo, de acordo com o banco, faz sentido desde uma perspectiva operacional, pois pode criar um player líder no segmento, oferecendo oportunidades de sinergia que podem melhorar a lucratividade da empresa combinada, aumentar o poder de barganha com fornecedores e clientes e melhorar o posicionamento estratégico.
Os analistas também relembraram as discussões sobre uma fusão entre as duas empresas no passado, quando a Hypera estava mais valorizada. Eles também pontuaram que a aprovação de um acordo nos termos atuais propostos pela EMS, com a ação da empresa precificada a R$ 30, não é tão óbvia. No entanto, o relatório do Itaú BBA apresenta cálculos para esse cenário.
O banco observa que o patamar da oferta sugere um valor de R$ 30,3 bilhões para a EMS e uma avaliação de R$ 27,3 bilhões da Hypera. Isso traz um equity value da empresa combinada de R$ 47,5 bilhões, com a Hypera detendo uma participação de 40% e a EMS uma fatia de 60% antes da potencial oferta pública. Os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio também estimam o P&L da EMS, com base nos dados divulgados na oferta.
A partir da receita líquida de R$ 7,9 bilhões da empresa em 2023 e da projeção de um crescimento anual de 15% nessa linha até 2026, eles preveem um lucro líquido de cerca de R$ 2,9 bilhões ao fim desse período. Com base nesses dados, eles também estimam o P&L da Hypera, considerando o escudo fiscal dos incentivos do ICMS e os investimentos em P&D.
Os analistas do Itaú BBA também projetam que boa parte das sinergias deve vir da otimização de matéria-prima, de despesas gerais e administrativas e das visitas das equipes comerciais a médicos, com um potencial de captura de R$ 351 milhões. Quando adicionado aos cálculos, isso resultaria em um lucro líquido combinado pós-sinergias de R$ 4,7 bilhões em 2026 e num múltiplo P/L de 10 vezes.
Com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 29 para o papel da Hypera, o Itaú BBA também reservou espaço para um eventual acordo. O Goldman Sachs também reservou espaço para um eventual acordo, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 31,50 para a ação da Hypera.
Fonte: @ NEO FEED
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