Courtney Novak, 45 anos, desafiou-se a ler um livro de cada país. No Brasil, incluiu uma nova obra de Machado de Assis, desrespeitando seu projeto pessoal.
Depois de se tornar um sucesso nas redes sociais ao ler ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ e desafiar sua própria regra ao escolher uma nova obra do renomado autor Machado de Assis, a americana Courtney Henning Novak entrou para o grupo de leitores envolvidos na controvérsia que separa opiniões sobre ‘Dom Casmurro’: ‘Capitu não traiu!’, afirmou.
A discussão acalorada sobre a fidelidade de Capitu em relação a Bentinho em ‘Dom Casmurro’ continua a despertar paixões e debates acalorados entre os fãs de Machado de Assis. A trama envolvente e os personagens complexos criados pelo autor brasileiro tornam a obra um clássico da literatura mundial, desafiando leitores a refletir sobre as nuances da narrativa e os mistérios que permeiam a mente de Bentinho e Capitu.
Machado de Assis: A Influência Internacional
A escritora revelou hoje que finalizou a leitura da obra de Machado de Assis e é fã de Capitu. Quando iniciou a leitura de ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, a autora americana Courtney Henning Novak ficou tão fascinada pela obra de Machado de Assis que causou sensação nas redes sociais com uma pergunta: ‘O que farei pelo resto da minha vida depois de terminar esta obra?’. Bem, ela decidiu qual caminho seguir.
Nesta sexta-feira (7), Courtney anunciou que mergulhará em ‘Dom Casmurro’, outro clássico do renomado autor brasileiro. Com um parque de diversões ao fundo, ela compartilhou uma foto segurando um exemplar da obra e mencionou que estava ‘no ambiente ideal para iniciar essa nova aventura’.
‘A pressão dos brasileiros é incrível!’, afirmou. Provavelmente se referindo à avalanche de comentários tentando convencê-la a ler a história de amor de Bentinho e Capitu, publicada em 1899. Com desculpas pelo trocadilho, a verdade é que a escritora americana desviou (ou não?) as regras de seu próprio projeto pessoal: ela planejava ler apenas uma obra de cada país do mundo, em ordem alfabética. Porém, não esperava encontrar Machado de Assis em seu caminho.
‘Memórias Póstumas’ foi uma experiência tão marcante que a fez incluir um ‘bônus’ na categoria ‘Brasil’ antes de seguir para os países iniciados pela letra ‘C’. Aguardemos o próximo vídeo entusiasmado de Courtney com a resenha de ‘Dom Casmurro’.
Abaixo, confira um vídeo com sugestões de professores sobre o melhor livro de cada estado brasileiro: O que justifica a paixão por ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’? Descubra o que torna o livro ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ tão envolvente; por que optar por resumos ou adaptações é abrir mão de uma riqueza literária.
Não é a primeira vez que a genialidade de Machado de Assis é reconhecida internacionalmente, é claro. Como exemplo deste século, o escritor americano Philip Roth (1933-2018) expressou sua admiração pelo brasileiro em 2008, comparando-o ao dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989).
Hélio de Seixas Guimarães, professor de literatura brasileira na Universidade de São Paulo (USP), destaca que as principais obras de Machado ‘foram traduzidas para praticamente todas as línguas modernas e publicadas por editoras renomadas em diversos países’. ‘Machado de Assis desfruta de grande prestígio internacional, que cresceu significativamente a partir da segunda metade do século 20, especialmente entre os círculos acadêmicos e intelectuais’, explica Guimarães, que também atua como vice-diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, em São Paulo, e coordenador da coleção ‘Todos os livros de Machado de Assis’, da Todavia/Itaú Cultural.
Uma curiosidade interessante: foi a tradução da americana Flora Thompson-DeVeax para o inglês – versão lida por Courtney – que ampliou a influência de ‘Memórias Póstumas’ no exterior. ‘Machado sempre teve um público restrito fora do Brasil. Isso começou a mudar com a recente tradução de Thompson-DeVeaux, que teve um impacto significativo.’
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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