Acionistas minoritários descontentes com proposta de oferta pública de aquisição da Cielo pelos controladores. Incluem Ibiúna, Mantaro e investidor Luiz Barsi Filho.
Recentemente, um conjunto de investidores minoritários da Cielo têm negociado com os majoritários Bradesco e Banco do Brasil para tentar otimizar a oferta pública de aquisição de ações (OPA) proposta pelos controladores da empresa.
Essa movimentação dos acionistas minoritários da Cielo em busca de uma melhor proposta da BB tem gerado expectativas no mercado sobre o desfecho dessa negociação, podendo impactar diretamente no valor da ação da empresa.
Proposta Elevada de Aquisição de Ações da Cielo
A proposta de R$ 5,35 (incluindo o pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 0,15) por ação da empresa de adquirência, após laudo de avaliação realizado pelo Bank of America, foi considerada insatisfatória pelos acionistas minoritários, que aguardavam uma oferta mais vantajosa para o fechamento de capital da companhia.
A expectativa inicial era de uma oferta situada entre R$ 7,50 e R$ 8,80, dependendo das análises em relação aos concorrentes e dos múltiplos considerados para esse cálculo. Entretanto, houve divisão no grupo de minoritários.
Nova Proposta do Bradesco e do BB
Os acionistas minoritários Absolute, AZ Quest, Clave, Encore, Vinland e XP, detentores de cerca de 7% do capital da Cielo e quase 20% das ações em circulação no mercado, se reuniram para negociar uma melhoria na oferta apresentada pelos controladores. Após as negociações, esse grupo aceitou a proposta revisada do Bradesco e do BB, elevando a OPA de R$ 5,35 para R$ 5,60 ao acrescentar o CDI na liquidação da transação.
Em meio a essa negociação, o preço de abertura da ação da Cielo na quarta-feira, 3 de abril, era de R$ 5,44, oferecendo um upside de quase 3%. Essa movimentação foi interpretada como um sinal positivo para a concretização do acordo. ‘A probabilidade da transação se concretizar aumentou. Com a proposta de R$ 5,60 mais CDI, parece ser um valor justo’, comentou uma fonte próxima ao assunto.
Insatisfação de Acionistas Minoritários
No entanto, apesar da concordância de parte dos acionistas minoritários, como Absolute, AZ Quest, Clave, Encore, Vinland e XP, alguns investidores como Ibiúna, Mantaro e Luiz Barsi Filho, que somam menos de 4% do capital da Cielo, permanecem insatisfeitos com a proposta atual e acreditam em um potencial de valorização maior. A expectativa é de que o desfecho desse processo pode levar, pelo menos, três meses após a aprovação em assembleia.
A votação dos acionistas para aceitar a nova proposta está agendada para o dia 23 de abril. Apesar de haver uma ideia de que R$ 6,30 mais CDI seria um valor mais adequado, as negociações foram intensas e se aproximaram de um impasse em determinados momentos, conforme relato de um dos participantes das tratativas.
Participação do Banco do Brasil e Segundo Laudo de Avaliação
Fontes ouvidas pelo NeoFeed informaram que o Banco do Brasil adotou uma postura firme durante as negociações, exigindo um novo laudo para justificar um aumento no valor da OPA. Os conselheiros independentes da Cielo nomearam o J. Safra para conduzir a elaboração desse novo laudo. ‘Em determinado momento, alguns fundos de investimento deixam de enxergar um potencial de valorização nas ações e buscam minimizar os riscos diante do custo de capital’, destacou um gestor.
Com as recentes condições apresentadas, o BTG Pactual reavaliou a ação da Cielo e alterou a recomendação de compra para neutro. Os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel afirmaram que a probabilidade de uma deslistagem bem-sucedida aumentou consideravelmente com os novos termos.
Fonte: @ NEO FEED
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