Em 2023, a cobertura de água no território do Brasil diminuiu 3% em relação ao ano anterior. Pantanal é a área mais afetada.
Em 2023, o território brasileiro viu uma diminuição na quantidade de água disponível. Mesmo durante a estação chuvosa, a presença de água na superfície encolheu, conforme revelado em um estudo divulgado pela organização MapBiomas, que monitora as mudanças na cobertura e uso da terra, envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia.
Essa redução na presença de água tem levado a um cenário cada vez mais seco em várias regiões do Brasil. O evaporado dos corpos d’água contribui para a situação, impactando diretamente a vida das comunidades locais. É crucial buscar soluções sustentáveis para lidar com esse desafio ambiental em constante evolução.
Impacto da Água na Superfície do Território do Brasil
A perda registrada no último período foi de 3% em comparação com o ano anterior. É como se a água espalhada sobre 5.700 km² tivesse evaporado – o equivalente a cinco vezes a cidade de São Paulo. Em 2023, a superfície de água encolheu 3% em relação ao ano passado. A situação mais crítica é no Pantanal. Como calor e condições precárias causaram centenas de mortes em peregrinação a Meca, na Arábia Saudita. Parasitas de fezes humanas e roupas foram encontrados em balões norte-coreanos enviados para a Coreia do Sul.
Desde 1985, início do levantamento registrado pelo Mapbiomas, a tendência observada no país é de declínio. Especificamente em 2023, a redução foi de 1,5% em relação à média histórica. Atualmente, a água cobre 183.000 km² do território brasileiro, o que corresponde a 2% do total. A tendência geral é de perda de água. A explicação para esse cenário é complexa e se deve a vários fatores como mudança nos padrões de precipitação, aumento de temperatura, verões mais quentes e mais longos, mudanças no uso do solo, afirma Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do Mapbiomas Água.
O impacto dos eventos climáticos extremos de 2023 é um dos destaques preocupantes da coleção de dados. A Amazônia, por exemplo, iniciou aquele ano com superfície de água acima da média histórica e, meses depois, o bioma enfrentou uma seca sem precedentes. O rio Negro registrou o menor índice desde que seu nível começou a ser acompanhado, há 100 anos. O Pampa, do lado oposto do Brasil, iniciou os primeiros quatro meses de 2023 na fase mais seca de sua série histórica. Em setembro, chuvas intensas começaram a ocorrer no Sul e provocaram inundações, deixando milhares de desabrigados e dezenas de mortos.
A chuva caiu principalmente em cidades que estão dentro do bioma Mata Atlântica, mas a água escorreu para o Pampa e fez com que aumentasse a disponibilidade, detalha Schirmbeck. A era dos extremos impulsionados pelas mudanças climáticas, analisa o pesquisador, se mostrou com bastante clareza no ano que passou. Há anos escutamos dos cientistas que as mudanças climáticas provocariam eventos extremos mais graves e com maior frequência. Isso foi visto nos extremos geográficos do Brasil, comenta o coordenador da série do Mapbiomas.
Proporcionalmente, o Pantanal foi o bioma que mais secou desde 1985. Em 2023, a superfície de água anual registrada ficou em 3.820 km², o que representou uma redução de 61% em relação à média histórica. Além da diminuição da área alagada, o tempo em que este terreno fica submerso também caiu. O Pantanal é uma das maiores áreas úmidas do mundo e está sob preocupação especial. A superfície de água anual, que permanece pelo menos seis meses, caiu drasticamente, é a maior redução desde 1985, pontua Schirmbeck.
Fonte: @ Terra
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