Plantas em regiões montanhosas elevadas são mais comuns devido ao aumento da temperatura global, buscando temperaturas mais frias.
Plantas da Mata Atlântica estão sendo impactadas pelo aquecimento do clima na região Imagem: Tiago Queiroz/Estadão / Estadão As mudanças climáticas, decorrentes dos impactos da crise ambiental, estão provocando transformações na distribuição de árvores da Mata Atlântica brasileira.
A Mata das Araucárias e demais espécies da Floresta Tropical Úmida também estão sendo afetadas pelas variações climáticas. A preservação da biodiversidade da Floresta Brasileira é fundamental para garantir a sustentabilidade do ecossistema.
Mata Atlântica: Resposta ao Aquecimento Global e Deslocamento de Espécies
Para escapar do calor, algumas espécies passam a predominares em regiões de elevação nas montanhas, onde as temperaturas são mais amenas. Um estudo recente, publicado no Journal of Vegetation Science, investigou 627 espécies de árvores em 96 locais distintos da Mata Atlântica em Santa Catarina.
O levantamento apontou um aumento médio de 0,25ºC a cada década nos últimos 50 anos na região. Isso resultou no deslocamento de 27% das espécies analisadas em busca de altitudes mais elevadas. Nas florestas montanhosas, observou-se um movimento ascendente das espécies à medida que as temperaturas globais aumentam.
Rodrigo Bergamin, o principal pesquisador do estudo, ressaltou que esse deslocamento pode representar um risco de extinção para espécies que necessitam de temperaturas mais frias à medida que o planeta se aquece. Por outro lado, em florestas localizadas em regiões de menor altitude, as árvores têm se movido para níveis mais baixos com maior frequência, possivelmente devido a fatores como competição entre as espécies.
A SOS Mata Atlântica informa que apenas 24% da floresta original permanecem, sendo que apenas 12,4% são consideradas mata maduras bem preservadas. Esse bioma está concentrado nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. Esta é a primeira evidência documentada das significativas mudanças ocorridas na Mata Atlântica brasileira devido à crise climática.
O estudo também aponta que 15% das espécies analisadas deslocaram-se para áreas de menor elevação. Os pesquisadores enfatizam a importância de expandir a análise para outras regiões da floresta. Adriane Esquivel Muelbert, uma das autoras do estudo, destaca a necessidade de unir esforços de pesquisadores de todo o bioma para compreender plenamente como essas florestas estão reagindo às mudanças globais.
Fonte: @ Terra
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