Após o leilão, opositores questionaram a participação de empresas desconhecidas e a segurança jurídica do processo.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou hoje, 10, que está convocando as Bolsas de Mercadorias para comprovar a capacidade técnica e financeira das empresas que participaram do leilão de 200 mil toneladas de feijão. O leilão ocorreu na última segunda-feira, 5, e a Conab busca garantir a transparência e lisura do processo, assegurando que apenas empresas idôneas participem do processo de compra pública.
Além disso, a Conab informou que a próxima hasta pública de 150 mil toneladas de milho está prevista para o final deste mês. A concorrência promete ser acirrada, com diversas empresas interessadas em participar do leilão. A companhia reforça a importância da seriedade e comprometimento das empresas que desejam participar da hasta, visando garantir o abastecimento seguro e eficiente de alimentos no mercado nacional.
Leilão de Arroz Importado Gera Polêmica
Segundo comunicado da estatal, as empresas participantes foram representadas pelas Bolsas de Mercadorias, e, diante das incertezas e discussões decorrentes do resultado do leilão, o presidente da Conab, Edegar Pretto, decidiu agir. A transparência e a segurança jurídica são valores fundamentais e a Conab está comprometida em assegurar a integridade e a solidez nessa operação de grande envergadura, afirmou Pretto no pronunciamento.
Após o encerramento do leilão, críticos do governo, especialmente a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, atualmente senadora pelo Partido Progressistas de Mato Grosso do Sul, levantaram questionamentos sobre a participação de empresas desconhecidas no mercado que arremataram alguns lotes. Das quatro empresas vencedoras, apenas uma – a Zafira Trading – é do setor em questão.
Além disso, participaram do arremate uma fabricante de sorvetes, uma mercearia especializada em queijos e uma locadora de veículos. Tereza Cristina, em sua conta no X (ex-Twitter), solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que fiscalizasse o leilão, classificado por ela como ‘milionário’. A senadora afirmou que nunca utilizou recursos públicos para adquirir arroz.
O TCU foi acionado pelo Partido Novo para investigar e suspender o desfecho do leilão. Em resposta às controvérsias em torno do evento, a Conab emitiu um comunicado em seu site, esclarecendo que o formato do leilão de arroz importado envolve as Bolsas de Mercadorias como intermediárias, as quais são previamente certificadas pela companhia e assumem responsabilidade legal pelas propostas apresentadas em nome de seus clientes.
A Conab ressaltou que cabe a cada Bolsa avaliar a capacidade dos representados nos leilões oficiais, que são legalmente responsáveis pelos lances efetuados. Qualquer violação das leis e regras do leilão acarreta punições. As Bolsas de Mercadorias são responsabilizadas caso permitam a participação de empresas que não atendam aos requisitos do edital e do contrato firmado com a Conab.
‘No dia 13, quando as empresas devem depositar uma garantia, teremos mais clareza sobre os participantes. Não posso especular sobre quem cumprirá ou não com a entrega do produto. O que posso garantir é que a Conab realizará três inspeções. O governo não sofrerá prejuízos financeiros’, afirmou Thiago dos Santos, diretor de Operações e Abastecimento da Conab, em entrevista ao Estadão.
Em outro comunicado divulgado no sábado, a empresa Wisley A de Sousa Ltda., principal arrematadora dos lotes com aquisição de 147,3 mil toneladas das 263,7 mil vendidas, lamentou as tentativas de grupos com interesses contrariados em manchar sua reputação e distorcer a realidade em um momento crucial para o país encontrar soluções.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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