Infecções comuns em águas encheladas: de diarreias a dengue. Transmissão agravada por mosquitos: disseminação de doenças. Picadas, contato e ingestão de alimentos contaminados podem causar graves quadros. Mosquitos carriers: mucosas, órgãos, graveletes, letalidade: dengue, meningite, ferimentos.
Além das tristes estatísticas de 200 mortos e 120 pessoas desaparecidas após as enchentes no Rio Grande do Sul, divulgadas neste domingo 19, pela Defesa Civil do estado, e a visão da tragédia com casas alagadas e animais mortos por todo lugar, a população gaúcha ainda tem que se preocupar com mais um grande problema trazido pelas enchentes: a possibilidade de aumento significativo de doenças como diarreias, hepatites, febre tifoide, leptospirose, tétano, raiva e até dengue, que registra o maior surto no país nos últimos anos, com 5,5 milhões de casos e 3.200 óbitos só neste ano, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde.
Diante do cenário de caos provocado pelas inundações, equipes de resgate e voluntários se mobilizam para prestar assistência às vítimas e minimizar os impactos das águas que invadiram as cidades. A solidariedade e a união da comunidade são essenciais para enfrentar os desafios causados pelas enchentes e garantir a recuperação das áreas afetadas o mais rápido possível.
Enchentes: Impacto nas Epidemias e Tragédias
As enchentes representam um sério risco para a propagação de inundações e agravam a situação de tragédias, como alerta o pediatra infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). A exposição às águas contaminadas, a falta de saneamento e água potável, a ingestão de alimentos contaminados e a presença de mosquitos transmissores de doenças são fatores que aumentam a vulnerabilidade das pessoas afetadas por enchentes, especialmente os grupos de risco.
A disseminação de doenças durante enchentes ocorre de diversas formas, como por ingestão de água e alimentos contaminados, por contato direto ou por picadas de mosquitos. Doenças como diarreias, febre tifoide e hepatite A são comuns em áreas alagadas, resultando em sintomas graves como amarelamento da pele e fezes esbranquiçadas.
Além disso, as doenças por contato, como a leptospirose, são uma preocupação em situações de calamidade. Transmitida pela urina de ratos, essa doença pode levar a quadros graves de dores no corpo, febre e até meningite, com risco de morte em casos mais severos. O tétano também é uma ameaça, especialmente em locais com materiais contaminados.
A dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é outro grande perigo em áreas alagadas, onde há acúmulo de água parada. Esses locais propiciam a proliferação não só da dengue, mas também da febre amarela, zika e chikungunya. Além disso, animais peçonhentos como cobras, aranhas e escorpiões representam um risco adicional, podendo transmitir raiva e causar ferimentos graves.
Diante desse cenário, é fundamental que as autoridades sanitárias estejam preparadas para lidar com surtos de doenças em áreas de enchentes, implementando medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento. A conscientização da população sobre os riscos e as formas de prevenção é essencial para minimizar os impactos das enchentes e proteger a saúde pública.
Fonte: @ Veja Abril
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