Instituto descobre: proteína do veneno age no sistema nervoso, modelos animais revelam desenvolvimento da doença no sistema imune.
O Instituto Butantan fez uma importante descoberta relacionada ao tratamento da Esclerose Múltipla. Agora, é possível utilizar a proteína do veneno da cobra-cascavel em um novo método terapêutico para pacientes com essa condição.
A Esclerose Múltipla é uma doença autoimune neurológica que afeta milhares de pessoas em todo o mundo. Com essa nova abordagem do Instituto Butantan, a esperança de encontrar uma cura para essa enfermidade se torna mais palpável, trazendo alívio e perspectivas promissoras para os pacientes.
Estudo Revela Novas Perspectivas sobre a Esclerose Múltipla
Uma informação relevante foi divulgada recentemente pelo centro de pesquisa, destacando a importância da substância crotoxina, proveniente do veneno, no tratamento da esclerose múltipla. Essa substância tem a capacidade de interagir com a acetilcolina, neurotransmissor essencial para o funcionamento do sistema nervoso.
O estudo, realizado em modelos animais e publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity, mostrou que a crotoxina conseguiu prevenir o desenvolvimento da doença em 40% dos casos analisados. Essa descoberta traz uma nova perspectiva para o tratamento da esclerose múltipla, uma doença autoimune neurológica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Além disso, a pesquisa revelou que os pacientes que não desenvolveram a doença apresentaram níveis elevados de genes receptores da acetilcolina, enquanto aqueles afetados pela esclerose múltipla tinham esses genes suprimidos. Isso sugere a importância da regulação da via da acetilcolina no controle dessa enfermidade crônica.
Embora os resultados sejam promissores, é importante ressaltar que o estudo ainda está em estágio inicial e não há previsão para sua disponibilização como produto. A proteína presente no veneno da cascavel, estudada há mais de duas décadas pelo Butantan, tem demonstrado diversos benefícios em testes com modelos animais, como a redução da inflamação e o aumento da resposta imune.
A esclerose múltipla é uma condição que impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes, com sintomas que variam de acordo com a localização e gravidade dos danos no sistema nervoso. Estima-se que quase 2 milhões de pessoas em todo o mundo convivam com essa doença, sendo cerca de 40 mil no Brasil.
Embora não haja cura para a esclerose múltipla, os tratamentos atuais visam controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e retardar a progressão da enfermidade. No entanto, o alto custo das terapias, que podem chegar a US$ 90 mil por ano por paciente, limita o acesso a esses medicamentos.
Diante desse cenário, a ciência continua em busca de tratamentos mais eficazes, acessíveis e com menos efeitos adversos. No Brasil, alguns medicamentos estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), visando atender às necessidades dos pacientes com esclerose múltipla.
Fonte: © CNN Brasil
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