Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes do governo Lula, planeja transformar Uberaba em um polo de gás-químico, com foco em segurança alimentar.
Anderson Adauto foi o pioneiro ministro dos Transportes do governo Lula 1. Não permaneceu por muito tempo no cargo, pois foi eleito prefeito de Uberaba, sendo reeleito em 2008 e deixando o posto em 2012. Desde então, passou a se dedicar para concretizar um antigo projeto: transformar Uberaba em um centro de gás-químico.
Em relação à política de gás, Anderson Adauto tem se destacado por suas iniciativas inovadoras. Sua visão para o desenvolvimento da região inclui estratégias que visam impulsionar a produção e utilização do gás de forma sustentável.
Projeto de Interiorização do Gás no Brasil
A ideia inicialmente proposta por Lula, no final de seu segundo mandato, ganhou destaque, evoluindo até ser interrompida após o impeachment de Dilma e a queda do PT, levando a Petrobras a retirar o projeto de suas prioridades nos governos Temer e Bolsonaro.
Após esse período conturbado, a Petrobras optou por focar apenas na política de óleo e gás, deixando em suspenso o avanço do projeto de interiorização do gás. Essa mudança de foco foi um verdadeiro choque para muitos envolvidos, como Adauto, que expressou sua preocupação com a importância do gás para o interior do Brasil.
Em um encontro posterior, Adauto questionou um ministro sobre a visão do governo em relação ao projeto, sendo informado que, após os acontecimentos na Ucrânia, a segurança alimentar se tornou uma questão crucial. Diante disso, Adauto se prontificou a contribuir, reconhecendo a relevância do projeto para a soberania alimentar do país.
Nesse cenário, Anderson emerge como uma figura-chave nos bastidores, atuando incansavelmente pela implementação da política de gás no Brasil. Ele desempenha um papel fundamental ao intermediar as relações entre o setor privado e público, contando com o apoio de outros personagens-chave, como Paulo Kazuo, especialista técnico do projeto.
Erasmo Carlos Batistella, conhecido como ‘o rei do biodiesel’, é um dos empresários interessados em investir no polo de Uberaba, que se destaca como um potencial centro para o projeto ‘Combustível do Futuro’. O projeto visa explorar o uso do biodiesel como uma alternativa sustentável no setor de energia.
No que diz respeito à infraestrutura necessária, as negociações para a construção dos gasodutos estão em andamento, envolvendo a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) como potencial parceira. Apesar dos rumores envolvendo Carlos Suarez, as conversas seguem com a TBG, visando viabilizar a expansão do gás pelo país.
O Ministério de Minas e Energia reconhece a importância estratégica do projeto, dada a complexidade e extensão territorial do Brasil. O plano de interiorização do gás tem como foco central a cidade de Uberaba, que servirá como projeto-piloto para a expansão do gás no país, com contratos de longo prazo para garantir a sustentabilidade do setor industrial.
Com a presença de diversas usinas de cana na região, a proposta inclui a produção de biometano a partir da vinhaça, um subproduto valioso que antes era descartado. Esse processo, além de contribuir para a redução de resíduos, possibilita a produção de um combustível verde, alinhado com as demandas por energias mais limpas e sustentáveis.
O polo de Uberaba está projetado para abranger múltiplas áreas de atuação, incluindo a produção de biodiesel, amônia e outros subprodutos derivados do processamento da cana-de-açúcar. O potencial desse projeto é imenso, não apenas em termos econômicos, mas também em termos de segurança energética e ambiental para o Brasil.
Fonte: @ CNN Brasil
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