Furacão pode causar perdas de US$ 100 bilhões, afetando cat bonds, que permitem às seguradoras e resseguradoras transferir riscos de grandes eventos climáticos a investidores, como o Swiss Re Global Cat Bond Index.
O furacão Milton se aproxima da costa da Flórida, apenas duas semanas após o estado ter sido devastado pelo furacão Helene, e isso não apenas preocupa os moradores da região, mas também os investidores, que estão de olho no impacto econômico desse fenômeno natural, como destaca uma matéria do portal americano Business Insider. A ameaça de danos materiais e perdas financeiras é real.
A tempestade que se aproxima é um lembrete de que a temporada de furacões ainda está em curso e que os efeitos podem ser devastadores. Além disso, a Flórida não é a única região vulnerável a esses fenômenos naturais. Outras áreas do mundo, como o Pacífico, são frequentemente atingidas por tufões e ciclones, que podem causar destruição em larga escala. A preparação e a prevenção são fundamentais para minimizar os danos.
O Furacão e os Catastrophe Bonds
No centro da tempestade, os catastrophe bonds, também conhecidos como cat bonds, são os títulos de renda fixa que permitem que as seguradoras e empresas de resseguros transfiram riscos associados a grandes eventos climáticos a investidores. Em anos mais calmos, com poucos eventos climáticos extremos, os investidores que compram esses títulos podem ter retornos substanciais. Foi o que aconteceu em 2023, quando apenas alguns grandes furacões com danos relativamente moderados na Flórida e em estados vizinhos permitiram que o Swiss Re Global Cat Bond Index subisse 20%, quase igualando o ganho de 24% registrado pelo S&P 500 no mesmo intervalo.
O Risco dos Furacões
No entanto, eventos como o furacão Milton podem acionar diversas cláusulas nos cat bonds, trazendo grandes perdas, já que os recursos que remunerariam os investidores são usados para pagar os segurados. Nesse caso específico, com o agravante do furacão vir na sequência dos estragos causados pelo Helene. Em 2022, por exemplo, o furacão Ian trouxe um prejuízo de aproximadamente US$ 60 bilhões e desencadeou uma grande perda nos cat bonds, o que se traduziu em uma queda de 10% no Swiss Re Global Cat Bond Index em setembro de 2022. Nos dados consolidados de 2022, o recuo foi de 2%. De acordo com a empresa de pesquisas Artemis, esse foi o único em que o índice registrou baixa em duas décadas.
O Furacão Milton e os Cat Bonds
Agora, porém, a preocupação é de que esse desempenho negativo possa se repetir caso as projeções ligadas ao furacão Milton se concretizem. O fenômeno, classificado na categoria 4, tem previsão de alcançar a Flórida entre a noite desta quarta-feira e a manhã da quinta-feira, dia 10 de outubro. Segundo as estimativas iniciais de analistas da Jefferies, os danos causados pelo furacão podem superar a casa de US$ 100 bilhões. Já o Royal Bank of Canada projeta uma perda com seguros de catástrofes de cerca de US$ 60 bilhões, o que traria sérios reflexos nos cat bonds. A essa conta se somam as perdas estimadas em até US$ 11 bilhões com o furacão Helene, que devastou parte dos estados da Flórida e da Carolina do Norte, há duas semanas.
O Impacto nos Investidores
O Royal Bank of Canada entende, no entanto, que as taxas de resseguro mais altas implementadas após o furacão Ian podem amenizar o impacto para os investidores de títulos de catástrofe, dependendo da gravidade do furacão Milton. À parte dessa questão, os potenciais danos ligados ao furacão já estão afetando as ações de grandes resseguradoras globais. Esses são os casos dos papéis da Swiss Re e da Munich Re, que caíram, respectivamente, 3% e 2% na semana passada.
Fonte: @ NEO FEED
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