Crise da AgroGalaxy gera preocupações sobre efeito dominó no setor de insumos agrícolas, afetando recebíveis, preços e certificados de mercados de capitais, especialmente na safra 22/23.
Uma semana após a AgroGalaxy entrar com pedido de recuperação judicial e levantar dúvidas sobre o cenário do agronegócio brasileiro, a história ganha novos protagonistas que buscam entender as implicações desse evento no mercado agronegócio.
Com a crise da AgroGalaxy, o setor agro começa a sentir os efeitos da instabilidade econômica, afetando diretamente a produção agrícola e a economia rural. É um momento de incerteza, mas também de oportunidade para que os líderes do setor agronegócio busquem soluções inovadoras para superar os desafios atuais. A resiliência do agronegócio brasileiro será testada nos próximos meses.
O Agronegócio em Crise: Grupo Portal Agro Busca Recuperação Judicial
O Grupo Portal Agro, que atua no mercado de insumos agrícolas desde 2008, entrou com pedido de recuperação judicial na quarta-feira (25). A empresa, que atende cerca de 250 produtores rurais na região de Paragominas, no Pará, tem uma dívida de R$ 700 milhões. Além disso, detém três Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) no valor total de R$ 122 milhões, em conjunto com a securitizadora Ceres.
O pedido de recuperação judicial é mais um exemplo da crise que o Agronegócio brasileiro enfrenta nos últimos dois anos. A alta dos preços dos insumos e a queda dos preços das commodities agrícolas têm afetado negativamente o setor. No caso do Grupo Portal Agro, a crise foi agravada pela emissão de recebíveis em favor da securitizadora Opea, que emitiu CRAs para captar recursos para financiar o plantio da safra 22/23.
A Crise do Agronegócio: Alta dos Preços dos Insumos e Queda dos Preços das Commodities
A decisão publicada pela 2ª Vara Cível e Empresarial de Paragominas do Tribunal de Justiça do Estado do Pará aponta que a crise no Agronegócio brasileiro é a principal causa do pedido de recuperação judicial do Grupo Portal Agro. Em 2022, a alta nos preços dos insumos levou o grupo a emitir recebíveis em favor da securitizadora Opea, que emitiu CRAs para captar recursos para financiar o plantio da safra 22/23.
No entanto, a queda dos preços das commodities na referida safra 22/23 resultou em despesas elevadas e ‘péssima’ rentabilidade para o grupo. Além disso, a alta inadimplência entre os produtores rurais clientes do Grupo Portal Agro agravou a situação. Apenas parte deles promoveu renegociações de suas dívidas, o que não foi suficiente para evitar a crise.
Tentativas de Recuperação e Novos Desafios
Diante dos atrasos no pagamento por parte dos produtores rurais, o Grupo Portal Agro buscou financiamentos junto a outras instituições financeiras em 2022 e 2023 para tentar cobrir os prejuízos da safra 22/23. Além dos CRAs emitidos em conjunto com a Opea, o grupo recorreu a outra securitizadora, a Ceres, que emitiu novos CRAs no mercado para tentar financiar a safra 23/24.
No entanto, a colheita da safra 23/24 foi afetada por períodos de chuva em quantidade maior do que o esperado, o que provocou prejuízos à empresa. As lavouras não foram colhidas, e houve perdas no processo de secagem devido às filas, perda de peso nos silos e desvalorização dos grãos por causa da umidade. Esses novos desafios agravaram a crise do Grupo Portal Agro e levaram à busca por recuperação judicial.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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