Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista do Porsche 911 Carrera GTS, causou a morte de Ornaldo da Silva Viana ao bater contra um Renault Sandero.acusado de dolo eventual e fuga do local.
O jovem empresário Fernando Sastre de Andrade Filho admitiu que se envolveu em um acidente fatal na Avenida Salim Farah Maluf, na madrugada de domingo. Ele colidiu na traseira de um Renault Sandero, resultando na morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, ao dirigir acima do limite de velocidade permitido.
O sinistro ocorreu quando Fernando, envolvido em uma ocorrência na via, negligenciou as leis de trânsito ao conduzir o Porsche em velocidade acima do permitido. A colisão trágica acabou custando a vida de Ornaldo da Silva Viana, gerando uma grande repercussão na cidade.
Empresário nega uso de drogas após sinistro
Ele refutou a alegação de que estava sob efeito de substâncias entorpecentes ou álcool. As declarações do empresário foram dadas durante seu depoimento à Polícia Civil, ao qual o Estadão teve acesso. Sua apresentação na delegacia responsável pela investigação do caso ocorreu quase 40 horas após a ocorrência do acidente. A solicitação de prisão feita pela Polícia Civil foi negada pela Justiça de São Paulo.
Andrade Filho não especificou a velocidade em que estava no momento do acidente. ‘Estava um pouco acima do limite permitido, mas não excessivamente’, afirmou, sem detalhar números. A alta velocidade foi um dos aspectos considerados pelo delegado para caracterizar o dolo eventual.
O empresário foi acusado de lesão corporal ao colega que ocupava o banco do carona, no veículo de luxo, e de fugir do local da colisão, sem prestar auxílio às vítimas. Seus advogados, Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum, declararam que o acidente foi uma ‘fatalidade’. Durante o depoimento, Andrade Filho relatou aos policiais que chegou a um clube de pôquer na Rua Marechal Barbacena, Tatuapé, por volta das 23h de sábado.
Ele estava acompanhado por um amigo de 22 anos. Também mencionou que seu amigo havia consumido bebida alcoólica, mas não estava dirigindo na ocasião. Permaneceram no local até as 2h de domingo, quando seguiram em direção à residência do amigo. Segundo Andrade Filho, dirigia seu Porsche pela Avenida Salim Farah Maluf, sentido Radial Leste, quando avistou a luz de freio de um veículo à frente acender e, ao tentar evitar a colisão, acabou se chocando com ele.
De acordo com relatos de testemunhas à Polícia Civil, o empresário do automóvel de luxo trafegava em alta velocidade pela avenida. Ao ultrapassar, perdeu o controle do veículo e colidiu contra a parte traseira do Sandero branco. As circunstâncias do acidente estão sob investigação pelas autoridades. As imagens capturadas demonstram a gravidade da colisão, que resultou no deslocamento de ambos os veículos para o canteiro central da via.
Em um dos impactos, um dos carros atingiu um poste de iluminação, ocasionando a falta imediata de energia elétrica na região. O condutor do veículo de luxo alegou ter perdido a consciência durante o ocorrido e só recuperou a mesma ao acordar deitado sobre a avenida. Posteriormente, disse ter avistado seu tio e mãe no local. Após a colisão, o motorista de aplicativo Ornaldo Viana foi encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé com parada cardiorrespiratória. As tentativas da equipe médica de reanimá-lo foram infrutíferas, levando ao óbito em decorrência dos traumatismos múltiplos sofridos.
Os motivos que levaram os policiais militares presentes na ocorrência a liberarem o empresário, que se apresentou quase 40 horas após o sinistro, também estão sendo investigados pela Polícia Civil. No registro do incidente, os agentes afirmaram que a mãe de Andrade Filho compareceu ao local e informou que o levaria ao Hospital São Luiz, Ibirapuera, para tratar de lesões na boca. Quando os agentes se dirigiram ao hospital para efetuar o teste de alcoolemia e colher o relato do acidente, não encontraram nenhum dos envolvidos. O empresário contestou a versão da PM sobre sua fuga do local do acidente, alegando ter sido o ‘último a sair junto com a mãe’, enquanto seu amigo e Ornaldo já haviam recebido atendimento.
Após relatar sentir fortes dores, Andrade Filho mencionou que a mãe teve permissão dos policiais para levá-lo a um hospital. Em comunicado assinado por seus advogados, foi afirmado que o cliente não fugiu da cena do acidente, mas buscou se proteger de uma possível agressão. Durante seu depoimento, o empresário admitiu não ter procurado um hospital devido às ameaças recebidas por sua mãe através de mensagens no celular. A Ouvidoria da Polícia Civil convocou a Corregedoria da Polícia Militar para apurar a conduta dos agentes envolvidos.
O filho da vítima, Lucas Morais, prestou homenagens ao pai, Ornaldo Viana, no Cemitério Bonsucesso, em Guarulhos. Viana, motorista de aplicativo, foi descrito por Lucas como uma pessoa brincalhona, extrovertida, de riso fácil e pertencente à IURD. O luto se mistura à indignação, questionando o porquê de não terem realizado o teste de bafômetro e liberado o motorista do Porsche após o acidente. A família busca respostas para a tragédia que abalou suas estruturas.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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