Cerimonialista de cemitério no sul de São Paulo presta atenção a detalhes de uma despedida de finados, entrevistando familiares e escrevendo a história da pessoa em apenas uma hora e meia.
Recentemente, o Brasil tem visto um aumento no número de pessoas que optam por contar a história de seus entes queridos. Nesse contexto, um biógrafo se destaca por seu trabalho, que envolve registrar e contar a vida das pessoas que deixaram a vida terrena. Este profissional é fundamental para preservar a memória das pessoas e garantir que suas histórias não sejam esquecidas.
Um exemplo disso é o caso de Leonardo Calazans, um cerimonialista que, ao mesmo tempo, atua como um biógrafo. Ele atua nos cemitérios, onde oferece suas habilidades para garantir que as pessoas saiam dele com um lado humano dos eventos. Em um cenário de luto, ele parece mais como um repórter com um lado humano do que um cerimonialista. Seu trabalho é de alta qualidade e assume a responsabilidade de capturar o lado humano da cerimônia. No Cemitério Cerejeiras, zona sul de São Paulo, ele entrevista familiares em uma sala reservada, tornando-se o biógrafo das histórias de vida das pessoas que lá se encontram.
Um ofício peculiar: o cerimonialista, biógrafo de finados
Em um cenário sombrio, mas não sem emoção, o cerimonialista Leonardo Calazans dos Santos, 42 anos, exerce uma função singular: durante os velórios na zona sul de São Paulo, no Jardim Ângela, ele conduz entrevistas com familiares e amigos, redige a história da pessoa falecida e a lê ao lado da cova antes do sepultamento. Até agora, ele escreveu mais de 500 textos, e a resposta é majoritariamente positiva. ‘É muito gratificante saber que essa história é valorizada’, diz o cerimonialista, cujo trabalho é semelhante ao de um repórter: entrevistar e contar histórias de vida.
Entre a tristeza e a surpresa: a biografia de finados
O trabalho de Leonardo, cerimonialista do Cemitério Cerejeiras, envolve capturar a personalidade e a história de vida da pessoa falecida em uma hora e meia. A entrevista com parentes e amigos leva cerca de meia hora, após a qual ele redige a história da pessoa, que é lida ao lado do caixão antes do enterro. O cerimonialista relata que, inicialmente, usava um roteiro, mas percebeu que as conversas paralelas podiam ser mais interessantes do que as perguntas planejadas.
Da sensibilidade ao respeito: a arte de contar uma história de vida
Leonardo destaca a importância da sensibilidade e do momento para capturar a essência da pessoa falecida. Ele explica que, às vezes, informações da família são fundamentais para o título da história, enquanto outras vezes ele identifica um ponto principal que define a pessoa. Com mais de 500 textos escritos, o cerimonialista trabalha com eficiência, conseguindo escrever dois textos por dia, embora ocasionalmente faça três. Ele destaca que, apesar da tristeza que envolve a morte, o texto com a biografia de finados é uma surpresa que pode confortar os sobreviventes.
Fonte: @ Terra
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