Método inovador reduz significativamente transfusões de sangue e tempo de internação em cirurgias, evitando complicações.
Uma colaboração entre uma healthtech e uma empresa especializada em cuidados pré-cirúrgicos está desenvolvendo uma abordagem pioneira para disponibilizar o tratamento contra a anemia a indivíduos que passarão por procedimentos cirúrgicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir deste momento.
No contexto da saúde, a deficiência de ferro pode resultar em hemácias insuficientes, levando à anemia. Por isso, é essencial garantir que os pacientes recebam o tratamento adequado contra a anemia para promover sua recuperação e bem-estar.
Anemia: um desafio persistente para a saúde pública
A persistente questão da anemia continua a desafiar a saúde pública em todo o mundo. A condição, caracterizada pela escassez de glóbulos vermelhos saudáveis no sangue, é um problema significativo que afeta cerca de 30% da população global, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a anemia ferropriva é a forma mais comum, impactando especialmente crianças, gestantes e mulheres em idade fértil.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a prevalência da anemia atinge 20,9% das crianças com até 5 anos de idade e 29,4% das mulheres no Brasil. As causas da anemia podem variar, desde deficiências nutricionais e condições hereditárias até doenças que afetam a medula óssea ou perdas de sangue.
Especificamente, a anemia ferropriva surge devido a uma dieta carente em ferro, gravidez, práticas inadequadas durante o parto e condições precárias de saneamento. Os sintomas podem variar de palidez e fadiga a batimentos cardíacos acelerados e dificuldades de aprendizagem em crianças.
O diagnóstico preciso da anemia é realizado por meio de exames laboratoriais, permitindo a identificação da condição e a determinação do tratamento adequado. A reposição de ferro é fundamental para corrigir a deficiência de ferro, que pode aumentar consideravelmente o risco de complicações durante e após procedimentos cirúrgicos.
Projeto inovador para redução de complicações cirúrgicas relacionadas à anemia
Uma iniciativa inovadora surge com o objetivo de reduzir as complicações cirúrgicas associadas à anemia, causada pela quantidade insuficiente de glóbulos vermelhos saudáveis no sangue. Este projeto, desenvolvido pela Nilo em parceria com o Instituto Takaoka, visa beneficiar milhares de brasileiros que passam por cirurgias na rede pública de saúde.
A abordagem adotada neste projeto envolve a reposição de ferro no âmbito do Gerenciamento do Sangue do Paciente (Patient Blood Management, PBM), uma estratégia que visa otimizar o cuidado de pacientes que necessitam de transfusões sanguíneas. Além de contribuir para a significativa redução no número de transfusões, o método também tem o potencial de diminuir o tempo de internação e a mortalidade dos pacientes.
Ao contrário da realidade em muitos hospitais do Brasil, onde a anemia pré-cirúrgica não recebe a devida atenção de forma coordenada, o novo tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estabelece um processo estruturado e eficaz. Uma etapa crucial desse método inovador é a realização de um questionário e pré-atendimento antes das cirurgias, a fim de identificar e tratar a anemia de forma adequada.
O tratamento em si consiste na administração de ferro a pacientes anêmicos antes de suas operações, visando corrigir a deficiência de ferro que pode aumentar consideravelmente o risco de complicações durante e após os procedimentos cirúrgicos. A correção da anemia pré-operatória não apenas melhora os resultados cirúrgicos e a recuperação dos pacientes, mas também contribui para a eficiência dos recursos de saúde, resultando em uma redução de custos significativa.
Espera-se que o sucesso deste projeto no SUS possa servir de modelo para outras instituições de saúde no Brasil e no exterior, demonstrando como a inovação pode transformar a prestação de cuidados de saúde, proporcionando um atendimento mais seguro e eficaz para todos. Este projeto é um exemplo claro de como a implementação de métodos inovadores pode impactar positivamente a saúde pública e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Fonte: @ Veja Abril
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