Pesquisa mostra que percepção de idade em velhice varrou diagonalmente em últimas décadas. Impactos positivos/negativos para idosos: idade, idade percebida, aging, generations, population, perception of age, life expectancy, health conditions, improved health, social relationships.
‘Qual a percepção de idade que você tem de alguém considerado velho?’ essa foi a questão que pesquisadores americanos e alemães abordaram para entender de que maneira as pessoas, nascidas em épocas distintas, interpretam o processo de envelhecimento.
A idade percebida pode variar significativamente conforme as experiências e contextos de vida, influenciando diretamente na forma como encaramos a velhice. É interessante observar como as diferentes gerações enxergam o envelhecimento, refletindo sobre como a percepção de idade pode ser moldada pela sociedade em que vivemos.
Estudo revela mudanças na percepção de idade ao longo das gerações
Um estudo recente, divulgado na revista Psychology and Aging, da Associação Americana de Psicologia, trouxe à tona um insight interessante sobre a percepção de idade ao longo do tempo. Pesquisadores examinaram dados de 14 mil alemães nascidos entre 1911 e 1974, ao longo de um período de 25 anos, de 1996 a 2021. Eles descobriram que a idade percebida como início da velhice tem se modificado ao longo das gerações.
As respostas dos participantes revelaram uma tendência clara: as pessoas nascidas em décadas mais recentes tendem a considerar que a velhice começa mais tarde em comparação com aquelas nascidas em décadas passadas. Essa mudança pode ser atribuída, em parte, ao aumento da expectativa de vida, impulsionado pelos avanços na Medicina e nas condições de saúde.
O pesquisador Markus Wettstein, da Universidade Humboldt, em Berlim, apontou que melhorias na saúde ao longo do tempo têm impacto direto na percepção de idade das pessoas. Ele ressaltou que o avanço da Medicina e das condições sanitárias tem contribuído para redefinir o conceito de velhice, tornando-o mais elástico e adaptável às transformações sociais e individuais.
O estudo também revelou que a percepção de idade de um mesmo indivíduo pode mudar ao longo da vida. Conforme envelhecem, as pessoas tendem a adiar cada vez mais o marco que define o início da velhice. Esse fenômeno é evidenciado pelo fato de que, em média, a idade percebida como velhice aumenta aproximadamente um ano a cada quatro a cinco anos de envelhecimento real.
Além disso, o estudo identificou diferenças na percepção de idade com base em gênero e condições de saúde. Mulheres tendem a considerar que a velhice começa mais tarde do que os homens, e participantes com problemas de saúde ou falta de relações sociais tendem a enxergar o envelhecimento de forma mais precoce do que aqueles com melhor estado de saúde e mais interações sociais.
A mudança na percepção de idade ao longo das décadas pode influenciar a maneira como as pessoas encaram o processo de envelhecimento. Essa evolução na concepção da velhice pode ter impactos tanto positivos quanto negativos na forma como os indivíduos se relacionam com sua própria idade e experiência de vida. É um reflexo da complexidade e da subjetividade que envolvem a percepção de idade em diferentes contextos sociais e culturais.
Fonte: @ Estadão
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