Equipe de pesquisa analysou 200 fragmentos ósseos da caverna esculpida, reconstruindo rosto e crânio do esqueleto em nove meses. Processo: esmalte, proteínas, contornos, dentes, estudo, equipe inicial. Técnica: caverna, crânio, esqueleto estudados.
Uma mulher de aproximadamente 40 anos foi sepultada em uma gruta há 75 mil anos, colocada para descansar em um espaço esculpido para acomodar seu corpo. A descoberta desse sepultamento oferece insights fascinantes sobre o comportamento dos Neandertais.
Os Neandertais eram humanos primitivos da espécie Homo neanderthalensis, seres antigos que habitaram a Terra em um passado longínquo. Encontrar evidências de seus rituais funerários nos ajuda a compreender melhor a complexidade e a sensibilidade desses seres antigos. Esse achado ressalta a importância de continuar explorando e estudando os vestígios deixados pelos Neandertais para desvendar mais segredos de sua existência.
A Reconstrução do Rosto de Shanidar Z: Segredos dos Neandertais Revelados
Durante a escavação do esqueleto de uma mulher neandertal conhecida como Shanidar Z, os cientistas se depararam com um grande desafio: reconstruir seu crânio a partir de 200 fragmentos ósseos. Esse processo meticuloso levou nove meses, mas permitiu que os pesquisadores utilizassem os contornos do rosto e do crânio para guiar uma reconstrução detalhada e compreender como essa antiga habitante das cavernas poderia ter parecido.
Os crânios dos neandertais, seres antigos distintos dos humanos primitivos como o Homo neanderthalensis, apresentam características marcantes, como cristas supraorbitais pronunciadas e a ausência de queixos. Emma Pomeroy, paleoantropóloga responsável pela descoberta do esqueleto de Shanidar Z, destaca essas diferenças em relação aos Homo sapiens. A reconstrução facial da neandertal revela essas características distintas, mas também sugere que, vista sob um aspecto mais contemporâneo, essas diferenças podem parecer menos evidentes.
O documentário ‘Segredos dos Neandertais’, produzido pela BBC para a Netflix, destaca essa impressionante recriação do rosto de Shanidar Z e explora a vida e a trajetória dos neandertais. Esses seres antigos viveram por cerca de 300 mil anos em diversas regiões, se sobrepondo aos Homo sapiens por aproximadamente 30 mil anos. Durante esse período, houve encontros e cruzamentos entre essas diferentes espécies, como revelado por análises do DNA de seres humanos contemporâneos.
Ao estudar os restos mortais de Shanidar Z, a equipe utilizou uma técnica inovadora envolvendo a sequenciação de proteínas no esmalte dos dentes para determinar seu sexo, uma informação previamente desconhecida. Além disso, análises do desgaste nos dentes e ossos sugeriram que essa neandertal tinha cerca de 40 anos de idade e uma altura estimada de 1,5 metro, comparável a estudos realizados em seres humanos modernos.
A reconstrução do rosto de Shanidar Z não apenas nos permite vislumbrar o passado dos neandertais, mas também lança luz sobre a complexa interação entre diferentes espécies humanas ao longo da história. Essas descobertas desafiam nossas percepções sobre nossos antigos parentes e reforçam a importância de estudar e compreender esses seres antigos que um dia caminharam pela Terra.
Fonte: © CNN Brasil
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