O plano aprovado reduzirá a dívida financeira da tele em cerca de 70% com descontos para credores quirografários e parcelamentos de saldos devedores.
O plano de recuperação aprovado pelos credores da Oi representa um passo significativo na resolução da dívida de R$ 44,3 bilhões enfrentada pela companhia. Com o apoio expressivo de 79,87% dos credores quirografários, a proposta de recuperação oferece uma perspectiva positiva para a reestruturação financeira da empresa.
Esse plano de recuperação é essencial para a estabilidade e sustentabilidade da Oi, mostrando que a proposta de recuperação foi desenvolvida de forma estratégica para atender às necessidades dos credores e garantir a continuidade das operações da empresa. A implementação bem-sucedida do plano de reorganização será fundamental para o futuro da Oi no mercado.
Discussão intensa em Assembleia de Credores resulta em aprovação do Plano de Recuperação
Após horas de deliberações, a assembleia geral de credores finalmente chegou a uma decisão em relação ao projeto de reestruturação da empresa. A maratona de discussões teve início na quinta-feira, dia 18, estendendo-se até as primeiras horas da sexta-feira, dia 19. A apresentação da nova versão do plano de recuperação ocorreu no início da tarde de quinta, seguida pela gradual revelação de 32 documentos de apoio ao processo.
Durante as sessões, foram realizadas seis pausas para que os credores pudessem analisar minuciosamente os dados apresentados. Apesar da longa duração e do ritmo cauteloso, não houve conflitos durante o encontro.
A proposta central do plano consiste na injeção de recursos na empresa com o intuito de sustentar suas atividades até a concretização da venda de ativos. Um novo financiamento no valor de até US$ 655 milhões foi acordado, equivalente a aproximadamente R$ 3,4 bilhões conforme a cotação atual.
Os credores financeiros se comprometeram a aportar US$ 505 milhões, enquanto a empresa V.tal, do BTG Pactual, contribuirá com um montante entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões. Os recursos serão disponibilizados até 15 de julho para a tele, com vencimento estabelecido para 2027.
Em um adiantamento desse total, será concedido um empréstimo-ponte no valor revisado de US$ 135,8 milhões, mediante a apresentação de um amplo conjunto de garantias por parte da Oi. Esse pacote inclui a participação minoritária na V.tal, o segmento Oi Fibra, ativos provenientes de processos de arbitragem contra a Anatel, imóveis selecionados e equipamentos operacionais.
Aprovação do plano resultará em uma redução de aproximadamente 70% na dívida financeira da Oi, graças a descontos e parcelamentos de saldos devedores a longo prazo. Além disso, está prevista a conversão de dívidas em capital social, o que culminará na diluição de acionistas existentes em 80%, como está estipulado.
Venda de Ativos para Recuperação Financeira
Um componente crucial do plano é a alienação de ativos avaliados em mais de R$ 15 bilhões, destinados a amortizar as dívidas da empresa. Entre os ativos disponíveis para venda estão a Oi Fibra e a participação na V.tal, juntamente com propriedades em diversas regiões do Brasil.
Anteriormente, a Oi já havia se desfeito de partes de seus negócios, como internet móvel, infraestrutura de fibra ótica, imóveis e torres. Após essa nova rodada de liquidação, o core business remanescente da Oi será essencialmente a divisão corporativa de internet e TI (Oi Soluções), além das subsidiárias de call center e serviços de manutenção em campo.
No momento, a venda da Oi Fibra está em estágio avançado, com recebimento de propostas em andamento. A previsão é arrecadar R$ 7,3 bilhões com esse ativo, porém, há flexibilidade para transações com valores inferiores ou até mesmo a aceitação de ativos como forma de pagamento.
Embora não tenha sido unânime, o plano de reorganização estruturado pela Oi conquistou apoio significativo, principalmente de credores financeiros e fornecedores, como empresas de torres.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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