Artista usa chamativa Jaqueta: Jaqueta de Jaqueline, Rick Owens, Cantilever sem salto, creme, longas costuradas, lona, cintos pretos, mangas alongadas, calças brancas, renda, botas, fivelas. (147 caracteres)
A cantora Rosalía, vencedora de 12 Grammy Latinos, foi vista em Nova York usando uma roupa que definitivamente chamava atenção. A estrela pop espanhola utilizava um elegante vestido de renda branca e um par de botas sem salto Rick Owens Cantilever, porém a peça principal era mais peculiar: uma camisa de força de lona creme com diversas fivelas e cintos pretos. Seria uma nova tendência de moda ou apenas uma escolha fashion excêntrica?
Enquanto alguns especulavam sobre o significado por trás do uso da camisa de força como uma afirmação de liberdade individual, outros se perguntavam se Rosalía estava fazendo uma declaração sobre moda adaptando um item associado à restrição. Independentemente da interpretação, a mistura de renda, botas avant-garde e a jacket com estilo uniform trouxe à tona uma aura de ousadia e originalidade na escolha de vestuário da cantora.
Reinterpretação da Camisa de Força na Moda
Desde o lançamento de seu terceiro álbum, ‘Motomami’, Rosalía tem surpreendido a todos com sua escolha de roupas, variando de óculos escuros estilo motociclista a capacetes Harley Davidson. No entanto, em uma inspeção mais minuciosa, seu vestuário parecia mais alinhado com a moda médica do que com o estilo de motocicleta usual. As mangas alongadas costuradas e finalizadas com outra fivela de fecho deram à cantora uma aparência de estar presa, quase como se estivesse usando uma camisa de força.
O Histórico das Camisas de Força na Medicina
As camisas de força tiveram sua origem no século 18 como instrumentos de restrição em hospitais e asilos. Embora concebidas para proteger os pacientes, houve críticas à sua abordagem desumana. Com o surgimento do movimento antipsiquiatria nos anos 60, práticas como coletes de segurança e terapia eletroconvulsiva foram questionadas. As camisas de força tornaram-se um símbolo cultural da barbárie médica, amplamente difundido por filmes como ‘Um Estranho no Ninho’ (1975).
Em 1994, o Gabinete de Saúde Mental de Nova York recomendou a descontinuação das camisas de força devido a casos de morte de pacientes enquanto estavam contidos. Embora raramente usadas atualmente, a imagem de um colete de segurança evoca lembranças sombrias de antigas práticas.
A Recontextualização na Moda: Um Protesto Silencioso
Não é novidade tentar transformar peças controversas em itens de moda. Em 2019, a Gucci apresentou macacões inspirados em camisas de força na Semana de Moda de Milão. Modelos presos por conjuntos brancos com fivelas e tiras desfilaram, provocando reações mistas.
Uma modelo, Ayesha Tan-Jones, fez um protesto silencioso escrevendo ‘saúde mental não é moda’ nas mãos. Seu posicionamento gerou debates sobre a representação de temas sensíveis na indústria da moda. Enquanto alguns modelos se uniram à causa, outros expressaram desconforto com a abordagem.
As camisas de força continuam sendo um tema polêmico, lembrando-nos da importância de abordar com sensibilidade questões delicadas, mesmo no contexto da moda. A moda tem o poder de desafiar normas, mas também deve respeitar a diversidade e inclusão.
Fonte: @ CNN Brasil
Comentários sobre este artigo