Ex-CEO de Petrobras, na cidade da sede, afirmou política de preços ajustada e reindustrialização avançada em refino, fertilizantes e naval. Novas políticas comerciais, abrasileirar, preços entregados subindo, ação em alta, mercado perdeu 50 bilhões de reais.
RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ex-presidente-executivo da Petrobras (PETR3;PETR4) Jean Paul Prates afirmou hoje, ao sair da sede da companhia, que está contribuindo para melhorar uma empresa em comparação com o momento em que assumiu o cargo de CEO no início de 2023. Durante uma coletiva de imprensa em frente à sede da Petrobras, no coração do Rio de Janeiro, Prates destacou que a empresa está implementando uma política de preços mais equilibrada e avançando na reindustrialização dos setores de refino, fertilizantes e indústria naval.
Além disso, Prates ressaltou a importância de uma gestão otimizada para melhorar uma empresa de forma contínua. Ele enfatizou a necessidade de manter um foco constante na eficiência operacional e na inovação, a fim de garantir que a Petrobras permaneça competitiva no mercado global. Com essas medidas, a empresa poderá alcançar uma posição ainda mais melhorada e preparada para os desafios futuros.
Prates deixa a Petrobras após período de mudanças
‘Sem dúvida nenhuma, deixamos uma empresa melhor, bem melhor’, afirmou ele aos repórteres ao sair da sede da empresa, sendo aplaudido e acariciado pelos funcionários que o aguardavam para a despedida. Durante sua gestão, Prates implementou mudanças significativas, como o fim da política de paridade de preços internacionais da Petrobras e a adoção de uma nova política comercial, conforme prometido na campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A antiga política de preços havia causado problemas no passado para o Palácio do Planalto sempre que a Petrobras precisava realizar aumentos. ‘Deixamos uma política de preços ajustada, como o presidente (Lula) solicitou, afirmou que iria abrasileirar os preços. O mercado compreendeu, conseguimos explicar e demonstrar que a Petrobras consegue estabelecer esses preços sem prejuízos financeiros’, declarou Prates.
Novo rumo na gestão da Petrobras
Prates encerrou sua liderança na companhia após decisão de Lula. O governo anunciou que a ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, será indicada para ocupar o cargo. Ela e Prates colaboraram na transição de governo após a eleição presidencial de 2022. ‘Realizamos mudanças na política de preços e de dividendos, que eram aspectos que nos preocupavam em relação ao valor da empresa. Conseguimos melhorar com a ação subindo’, afirmou Prates. Após o anúncio da saída de Prates, a Petrobras enfrentou uma queda de quase 50 bilhões de reais em valor de mercado, refletida em uma queda nas ações da empresa.
Prates e seu futuro após a Petrobras
Prates deixou a sede da empresa logo após a reunião do conselho de administração que formalizou sua saída. O ex-presidente, visivelmente abalado, mencionou que não tem planos definidos para o futuro. Ex-senador filiado ao PT, ele abriu mão da candidatura ao governo do Estado do Rio Grande do Norte em 2022 para apoiar a campanha de Lula à Presidência naquele ano. Ao ser questionado sobre sua permanência no PT após a demissão, Prates respondeu que não tomará decisões imediatas. ‘Tomaram essa decisão, agora preciso refletir’, afirmou. ‘Não tenho planos definidos, preciso trabalhar, pois não sou rico nem enriqueci’. As mudanças na Petrobras ocorreram após Prates ter enfrentado ameaças de demissão em diversas ocasiões, a mais recente delas após um embate público com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre os dividendos extraordinários. Prates também foi alvo de críticas e pressões públicas para que a Petrobras investisse mais em gás natural e acelerasse projetos de interesse do governo, como no setor de fertilizantes e na indústria naval.
Fonte: @ Info Money
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